Quanto mais tempo levar para que políticas públicas e ações em massa sejam eficientes para conter a emissão de gases de efeito estufa (GEE) e adaptações climáticas integradas, mais complicado fica o cenário a longo prazo para o planeta - indica o recente relatório síntese do 6o Ciclo de Avaliação (AR6) apresentado pelo Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas.
O apelo dos cientistas para ações concretas imediatas é reforçado pelos dados. “Se houver ações rápidas e integradas no curto prazo, ainda é possível entrar em um caminho de baixas emissões e melhores condições de resiliência que permitam almejar uma maior sustentabilidade global no futuro. Se as decisões forem adiadas, trajetórias mais sustentáveis não serão mais possíveis”, diz comunicado oficial do lançamento do estudo.
Aquecimento Global
O relatório aponta o fato de que o globo terrestre está 1,1°C mais quente que em tempos pré-industriais. O que pode parecer pouco, mas é um desajuste que interfere na vida sobre o planeta. Os pesquisadores alertam que caso o aquecimento ultrapasse aos 2°C ainda nesse século, as consequências serão difíceis de administrar.
Por mais que os pesquisadores estejam alertando há décadas, as emissões dos gases de efeito estufa estão aumentando. “Em 2019, as emissões foram 12% mais altas em relação a 2010 e 54% se comparadas a 1990”, aponta o relatório. Ainda, os dados de 2019 indicam que 79% das emissões globais de GEE são oriundas dos setores de energia, indústria, transporte e construção, 22% têm origem em agricultura, florestas e uso da terra.
Quais as consequências?
De maneira concisa, as principais consequências do aquecimento global são:
Ondas de calor mais intensas;
Maior frequência de chuvas pesadas;
Insegurança alimentar e hídrica;
Riscos combinados com eventos adversos como pandemias e conflitos.
“De acordo com o relatório, se o aquecimento global não for contido, as opções de adaptação viáveis e eficazes hoje se tornarão restritas e menos eficazes. As perdas e danos aumentarão, e os sistemas humanos e naturais atingirão os limites de adaptação possível”, indica texto publicado no site do MCTI.
Ainda que o estudo tente apontar uma luz no final do túnel, com soluções sustentáveis, planejamento flexível, inclusivo e multissetorial, se nada for realizado com agilidade e níveis consideráveis de redução de dados, a esperança dos cientistas não se sustenta. “Embora o planejamento e a implementação da adaptação tenham progredido, a intensificação de ações de adaptação é fundamental para reduzir a distância entre o que está sendo feito e o que é necessário fazer”, informa.
Participação brasileira
Trabalharam no relatório as cientistas brasileiras: Mercedes Bustamante, ecóloga e presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e Thelma Krug, vice-presidente do IPCC para sistemas terrestres, e uma das autoras do estudo e integrante do comitê científico do estudo global.
Todos os relatórios especiais do Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas podem ser acessados em português através do portal do MCTI: https://www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/sirene/publicacoes/relatorios-do-ipcc
Assista o vídeo do lançamento do relatório: https://www.youtube.com/watch?v=bulhsb4IZFQ&t=0s
#inovação #inovaçãoaberta #inovaçãosocial #sustentabilidade #ipcc #criseclimatica #empreendedorismo #startup #oportunidade #ods2030 #biguaçu #santacatarina
Comments